A Assembleia Legislativa do Amapá (Alap) realizou, na última sexta-feira (24), uma sessão solene em homenagem ao Dia Mundial da África, celebrado em 25 de maio.
O evento, que integrou a programação da III Semana da África Amazônica 2024, sob o tema central “Ancestralidade Genética Africana: da Ampliação do Acesso às Conexões Diplomáticas Brasil-África”, contou com a presença de diversas autoridades, incluindo o deputado estadual Jaime Perez (PRD), proponente da sessão; o economista Charles Chelala, representando o senador Randolfe Rodrigues; os prefeitos de Saint Georges e Ouidah, Georges Elfort e Christian Houétchénou, respectivamente; o representante do financiamento climático, Locko Servais; a coordenadora nacional do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Adenilza Mesquita; e o presidente da Academia Amapaense de Batuque e Marabaixo, Raimundo Souza.
A presidente da Central Única das Favelas (Cufa) no Amapá, Alzira Nogueira, ressaltou a necessidade da participação ativa dos povos africanos e afrodescendentes nas decisões sobre as mudanças climáticas. “As mudanças climáticas ameaçam modos de vida ancestrais, impactando a organização, identidade e cultura desses povos. O desafio é construir, de forma participativa com essas comunidades, ações públicas concretas e diferenciadas”, afirmou Alzira Nogueira.
O prefeito de Ouidah (República do Benim), Christian Houétchénou, propôs soluções para os problemas enfrentados pelos povos africanos. “As mudanças climáticas são um problema para os povos indígenas e também para nós, afrodescendentes. Nosso mundo é uma floresta onde os mais poderosos, economicamente e militarmente, causam a destruição do nosso planeta, sem pensar nas consequências para os povos mais vulneráveis. Estamos aqui para propor soluções para as questões que estamos discutindo. Quero dizer que a solução para o povo negro africano e os povos afrodescendentes de outros continentes está acontecendo aqui, neste evento da Semana da África”, explicou Christian Houétchénou.
III Semana Amapá África Amazônica 2024
Sob o tema “Ancestralidade Genética Africana: da ampliação ao acesso às conexões paradiplomáticas Brasil-África”, o evento ocorre de 19 a 25 de maio em Macapá, com a participação de comunidades quilombolas, cultura popular, turismo, meio ambiente e mulheres negras. A programação aborda questões relevantes, incluindo a importância da iniciativa do projeto Genoma de Referência do Brasileiro (GRB), conduzido pela Universidade de São Paulo (USP). Esse projeto visa mapear e diagnosticar o genoma de 500 pessoas junto às comunidades quilombolas de Macapá e Mazagão Velho. Essas localidades têm histórias ligadas à chegada dos primeiros negros no Brasil, como aqueles que contribuíram para a construção da Fortaleza de São José entre 1764 e 1782. O objetivo é identificar fragmentos sequenciados no DNA que possam reconstruir a identidade de cada pessoa, revelando sua ancestralidade genética africana.