A instituição de ensino do Oiapoque agora promove a cultura oceânica dentro do ambiente escolar e reforça o compromisso com a sustentabilidade e valoriza os ecossistemas aquáticos
A Escola Estadual Duque de Caxias, em Oiapoque, conquistou um marco importante para a educação ao se tornar a primeira unidade escolar do Amapá a integrar o programa internacional “Escola Azul”. A iniciativa visa promover a cultura oceânica dentro do ambiente educacional e reforça o compromisso com a sustentabilidade e a valorização dos ecossistemas aquáticos.
Inspirado em um modelo pedagógico desenvolvido em Portugal, o programa “Escola Azul” chegou ao Brasil por meio da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), dentro do projeto “Maré de Ciência”. A proposta é incentivar o pensamento crítico, reflexivo e criativo dos estudantes a partir da valorização do oceano e das águas interiores como elementos essenciais para a vida humana.
“Nós da Escola Estadual Duque de Caxias, somos gratos em participar do programa, divulgando e atuando no conhecimento sobre o Oceano Atlântico e os rios que nascem no Amapá, envolvendo toda a comunidade escolar”, afirmou Luana Darby, professora de Sociologia e coordenadora da Olimpíada dos Oceanos na Escola.
Na Instituição, os projetos desenvolvidos a partir da nova certificação envolverão atividades educativas, culturais e sociais com participação ativa de toda a comunidade escolar. A abordagem adotada é interdisciplinar e transdisciplinar, possibilitando a integração de diferentes áreas do conhecimento, com foco nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), especialmente o ODS 14 – Vida na Água.
A conquista foi impulsionada pela participação da escola na mais recente edição da Olimpíada dos Oceanos, realizada em maio de 2024, um evento nacional promovido pela Maré de Ciência. A Instituição obteve um excelente desempenho: foram 14 medalhas e mais de 20 menções honrosas. Destaque especial para a estudante indígena Mariana Macial, da etnia Galibi Marworno, de 14 anos, do 9° ano do ensino fundamental, que conquistou uma bolsa de Iniciação Científica Júnior. Ao longo de oito meses, Mariana irá desenvolver uma pesquisa sobre o rio de Clevelandia do Norte, que resultará em um produto final como documentário, cartilha ou relatório.
“A pesquisa que vou fazer é sobre como a barragem pode afetar o rio Oiapoque, esse estudo é importante pois aqui há muitos ribeirinhos e pescadores que sobrevive dos rios. Espero ter boas experiências e aprender mais sobre a cultura dos oceanos” afirmou Mariana.
O que é a Escola Azul?
Projeto incentiva a cultura oceânica e a preservação de mares, rios e manguezais em escolas de todo o país. O conceito Escola Azul trabalha de forma transversal o tema oceano dentro do currículo escolar, desenvolvendo o pensamento crítico e criativo para engajar ativamente a comunidade escolar na cultura oceânica, e incentivando estudantes a terem uma maior consciência sobre o oceano em prol da sustentabilidade.
Olimpíada dos Oceanos
A Olimpíada dos Oceanos é um projeto educacional, para a promoção da cultura oceânica na nossa vida e da influência de nossas ações no oceano que envolva a sustentabilidade. Esta iniciativa se alinha busca engajar participantes de todas as unidades e níveis educacionais, expandindo internacionalmente por meio de parcerias.
O projeto trabalha conceitos científicos, atividades pedagógicas, culturais e realidades locais de forma proativa, inovadora, inter e transdisciplinar. Ela é realizada pelo Programa Maré de Ciência e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e com a colaboração do projeto EUceano, da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar e da Rede de Escolas Azuis do Atlântico (All-Atlantic Blue Schools Network).
A entrada da Escola Estadual Duque de Caxias no programa “Escola Azul” é resultado direto do engajamento da equipe pedagógica e dos alunos, e representa um avanço significativo na promoção da educação ambiental e do protagonismo estudantil no extremo norte do Amapá.
